Quando fiz 29 o susto foi grande, então comecei a me preparar para os 30. Parecia longe, idade de gente adulta, de mulher feita, lembro da minha mãe quando tinha 30, e tenho certeza que era muito mais evoluída, amadurecida, conhecedora da vida e com uma mente muito mais segura e independente do que eu, hoje. Mais mulher, mais charmosa e feminina também. Posso me referir, também a outras 30tonas do cinema, as quais parecem sempre muito perdidas e desencontradas de si mesmas e de seu futuro. Como se não tivessem o poder de prevenir seus anos seguintes e como e quem se viam neles.
Atualmente admiro algumas 30tonas reais, à parte de qualquer tendência, atemporais, para quem os valores e princípios são, de fato, muito fortes. Ainda que eu escolha os melhores modelos, vejo ser inevitável que invariável, inevitável e involuntariamente a maior parte de mim mesma evolua por si só, ditando quem sou sem eu me aperceber dessa evolução. Se paro e reparo o estrago já está feito, e trata-se, sim, de minha pessoa.
Fatalmente isso distingue cada personalidade – em constante construção – ambulante. Não consigo definir exatamente tudo que vivi para estar como estou na atual fase, mas é para, no futuro, refletir melhor, que pretendo registrar quem sou eu hoje, nessa primavera de 2015, 10h22.
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