Esses dias me indicaram um álbum de uma cantora cristã, ouvi entusiasmada todas as faixas e senti, quase que fisicamente, como se estivessem me oferecendo o evangelho numa bandeja cheia de jujubas e marshmallows. Ainda assim, não me alimentou. Em seguida procurei outros lançamentos do meu interesse pessoal e me parece que não estou encontrando mais religião nas músicas religiosas.
Gosto de música, gosto mesmo e muito, mas não consigo não lamentar isso que me parece uma tragédia anunciada. Não é uma questão musical, não acho que isso seja uma questão a ser repensada por especialistas em música, mas por qualquer mortal que, como eu, procura em Deus o sentido da religião.
Hoje é possível executar diferentes tipos de ministério nas igrejas, algo parecido com os dons que o apóstolo Paulo conta (I Cor 12). Mas, não é estranho imaginar que alguns deles ou têm complicado tanto a religião – que parece que ela só serve para uma elite muito inteligente dada ao hábito de refletir e debater ideias à exaustão; ou tem dissolvido o alimento sólido do evangelho numa sopa doce e aguada.
E não é uma questão de progressão na dieta (I Cor. 3:2), é uma dieta pobre durante uma vida inteira.
A ideia é traduzir a fé para todas as tribos e assim popularizar a religião? Mas, no fim das contas, o que de religião que sobra?
Vejo racionalizar-se a religião, a razão (opa, de novo essa história?) sobrepujando a fé, só que desta vez em nome da fé. Petulante, não?
É preciso lembrar a religião do Senhor? Amar a Deus, ao próximo e obedecer Sua lei, coerente como seu Autor (Luc 16:17).
Em tudo isso que testemunho da minha janela, só vejo as pessoas mais distantes da Palavra e mais apegadas à sua própria opinião e suas capacidades. A Palavra é uma espécie de amuleto, tipo o horóscopo. As pessoas não falam mais da Lei e do Cordeiro. Não falam mais do fim do mundo e do pecado. As pessoas não parecem mais travar lutas contra si mesmas, a fim da santificação. As pessoas falam de uma religião cheia de amor, mas sem aproximação; uma religião cheia de personalidade, mas sem atitude; uma religião facilitada, mas longe da abnegação, da negação de si mesmo (Gal 2:20).
Estou triste. Entristecida com toda essa dificuldade de associar a mensagem à pessoa que a anuncia (Mat 7:20).
Temo. Que a Lei e a Pessoa de Cristo sejam perdidas dentro do Templo (II Cr 34:14 – 21).
Por que eu estou dizendo isso aqui? Porque não quero esquecer que o maior talento que o meu filho precisa ter é o serviço. A real função dos dons é o serviço, se não serve para servir não serve para nada. Que o meu filho não perca de vista a vida que o Mestre viveu (Jo 15:20), lembrando que a glória do vencedor é a eternidade (Apoc 3:21).
Assunto complexo e que não consigo arranhar nem de longe, mas não dá para andar desarmado, despreocupado, e baixar a guarda (II Cor 10:3 e 4).
jeanne moura.
é… jujubas e marshmallows… sinto falta do verdadeiro louvor, das músicas que tocam a alma e nos aproxima de Deus e não aquele lenga-lenga (como diria minha mãe), uma “poesia sem conteúdo”, que quase não entendemos e que no final nos perguntamos: e então acabou?
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Esse texto traduziu muita coisa que sinto também em relação a música e coisas sem sentido que tenho visto e ouvido! (mas não conseguiria me expressar assim tão bem se fosse falar rsrsrs) Parece que em algumas músicas a mensagem da cruz, da salvação, do Nome de Cristo fica tão diluída e tão subliminar que se perde no meio das composições! Sei lá, parece que a música vem criptografada kkkk
Que Deus continue te usando com as palavras!
Abraço!
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kkkkk dei risada aqui!!! Valeu, amigo! acho que o texto acabou traduzindo o que muita gente pensa (suspeito pelo número de acessos rs), e é muito bom saber que tem mais gente nesse barco.
abraço!!
…e amém.
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Feliz sábado, querida! Muito boa reflexão. Aliás, como sempre! Filha de peixe… Continue. Estou acompanhando.
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Viu só?! 😀 obrigada, vindo de vc vale mais. Obrigada mesmo. Que seja útil.
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