Apresentação
Resumir uma história em poucas perguntas é uma covardia, e nossa entrevistada de hoje tem tanto dentro de si que jamais seria possível compartilhar. Não poderia deixar de apresentar a vocês uma das mães mais incríveis que conheço. Quando a conheci percebi que existem muitas mães com habilidades extraordinárias que poderiam mudar um mundo inteiro, mas que dedicam toda essa força, exclusivamente, aos filhos e esposo, e em alguns casos, durante uma vida inteira sem ter jamais seu nome conhecido fora de casa. Erika é hoje diretora de marketing de uma faculdade e é super presente na vida dos seus filhos pequenos. Impossível? Senta aí, pega um suco na geladeira e vamos descobrir os segredos dessa pessoa maravilhosa: Erika Uchôa.
Ficha técnica
Nome: Érika Uchôa
Idade: 28
Profissão: Publicitária
Nome do esposo: Hudson Oliveira
Profissão do esposo: Pastor
Nome da filha: Luísa Mazoliny
Idade da filha: 5 anos
Nome do filho: Arthur Vinícius
Idade do filho: 4 anos
Como aconteceu a maternidade na sua vida? Foi planejado?
Eu tenho ovários poli-microcísticos desde nova e vários médicos já haviam sinalizado que eu teria problemas para engravidar. Precisaria fazer longos tratamentos e talvez nunca conseguisse ser mãe. Aos 23 anos eu estava começando a me preparar para o tratamento e então engravidei da Luísa. A gravidez não estava sendo aguardada para aquele momento, mas a notícia trouxe muita alegria. Logo comecei a sonhar em ter nos braços aquele pequeno milagre.
Tive uma gestação muito complicada. Às 18 semanas entrei em trabalho de parto prematuro e quase perdi a Luísa. A partir daí entrei em repouso absoluto. Durante o período em que estive deitada, Deus falou comigo de muitas formas sobre a grande missão da maternidade. Tive tempo para ler e orar muito. Sem dúvida foi um período doloroso, mas Deus plantou profundas raízes de amor e confiança em meu coração.
Ter passado pelo deserto na gestação me preparou para receber a maternidade muito consciente da minha missão.
Seis meses depois, engravidei do Arthur. Enfrentei os mesmos problemas. Gravidez difícil, repouso, com uma bebezinha para cuidar. Foram momentos muito complicados, mas pedimos a Deus e Ele nos deu uma segunda vitória. Nossos dois filhos são frutos de oração. Pedimos ao Senhor que nos desse os dois com vida e Ele escolheu nos dar, mesmo quando não havia saída do ponto de vista médico. Deus teve um propósito aos preservá-los. Confiamos e vivemos em prol desse propósito.
Conte um pouco sobre suas origens. Educação e família.
Cresci em um internato adventista no interior de Rondônia. Meu pai, pastor e minha mãe pedagoga. Minha irmã e eu tivemos o privilégio de passar nossos dias brincando entre árvores, correndo na grama, nadando em rios e cachoeiras, descobrindo animaizinhos diferentes, pescando… foi uma infância incrível. Temos uma estrutura familiar muito forte. Nossos pais foram muito presentes e nos educaram nos caminhos do Senhor. Sempre estudamos em escolas adventistas, onde tivemos uma importante formação espiritual, social e acadêmica. Me sinto privilegiada.
Como era sua vida profissional antes de ser mãe?
Engravidei enquanto terminava minha faculdade de publicidade, em Brasília. Estava começando a trabalhar como assessora de comunicação das Escolas Adventistas no DF e região, mas parei por conta da gravidez de risco. Depois da licença maternidade não voltei ao trabalho.
Qual foi a maior surpresa que a maternidade lhe trouxe?
Encontrei uma mulher muito mais forte, resiliente, lutadora, que estava dentro de mim mas eu não conhecia. A maternidade me transformou.
Qual era o plano sobre sua carreira antes dos filhos, você conseguiu executar?
Eu pretendia trabalhar com algo em casa para conciliar carreira e filhos. Durante os primeiros 5 anos de maternidade, trabalhei prestando serviços na área de comunicação.
Como imaginou que seria conciliar trabalho e filhos? Se enganou?
Foi muito bom poder trabalhar em casa nos primeiros anos. Estar presente foi importante e compensador. Sou grata por ter conseguido conciliar durante aquele período. Entretanto, não é fácil. Os papéis de mãe, dona de casa e profissional, quando somados, são pesados e muitas vezes estressantes.
Hoje trabalho fora, em tempo integral.Tenho ajuda de duas pessoas que amam muito meus filhos. As crianças me visitam todas as manhãs no escritório, cozinho pra eles e fazemos as 3 refeições em família. Temos dois momentos de culto diariamente e aproveitamos muito os fins de semana juntos. Moramos em lugar com muita natureza, bichinhos e gente querida. Procuramos aproveitar essas bênçãos.
Você concorda que a maternidade é uma oportunidade de se reinventar? Por que?
Somos desafiadas a cumprir muitos papéis, com amor e dedicação. Fazemos malabarismos, mas damos conta.
Você acha que se reinventou?
Sem dúvida foi necessário. A força para fazer isso veio da nova mulher que a maternidade me fez ser: uma nova e melhor versão de mim mesma.
A maternidade fez bem para você, profissionalmente? Por que?
Desempenho um papel de liderança hoje em meu trabalho e já ouvi de muita gente que trato minha equipe como filhos.
A maternidade oferece sensibilidade para a percepção do outro, a gestão de conflitos, flexibilidade, exercício da paciência, serviço… os princípios mais nobres da liderança estão profundamente arraigados à maternidade.
Qual é a sua ocupação hoje? E como chegou até aqui?
Sou diretora de Marketing da Faculdade Adventista da Bahia. No final de 2014 meu marido foi chamado para servir à instituição e nós viemos. A vaga no marketing estava em aberto e fui convidada a ocupar o cargo, levando em conta minha formação em Publicidade.
O que mais traz realização para você?
Sou feliz em ver minha família servindo a Deus; amo ver meus filhos aprendendo a amar Jesus, amo a área de Comunicação e sou realizada em percebê-la como instrumento de salvação.
É possível ser realizada como mãe e profissional ao mesmo tempo?
Sim! Essa realização é real na minha vida.
Acha que conseguiria ser somente dona de casa e ser realizada com as atividades do lar e filhos? Quando aconteceu parecido, como se sentia?
O período que me dediquei apenas à casa e as crianças foi muito curto, praticamente só quando eles eram recém-nascidos. Não me vejo sem trabalhar. Quando foi necessário, me mantive contente por saber que era temporário. Logo encontrei outras coisas para fazer: Vendi coisas, me infiltrei em negócios, escrevi, inventei…
A inquietação sempre me manteve muito ocupada.
Você acha que uma mulher precisa se sentir realizada profissionalmente para ser uma mãe realizada?
Minha experiência diz que sim. Mas vejo mães em tempo integral que são muito felizes. Depende da mulher, das escolhas… Cada pessoa é um mundo.
Se você pudesse começar de novo, faria algo diferente em relação a sua ocupação profissional?
Não. Amo o modo como Deus dirigiu minha vida profissional.
Quais são seus sonhos como mulher daqui para a frente?
Quero curtir minha família, fazer um mestrado, viajar… Estar no céu com Jesus em breve.
Quais são seus sonhos como mãe daqui para a frente?
Que meus filhos cresçam no círculo da bênção de Deus.
Baseado em tudo o que viveu desde a chegada de seus filhos, que ponto você achou mais difícil?
Além das duas gestações de risco, criar dois bebês, nos primeiros 2 anos, foi muito desafiador.
Deixe uma breve mensagem para mães que vivem num contexto semelhante ao seu.
Seja a melhor mãe possível. Não se cobre além daquilo que Deus lhe pediu. O mais, entregue a Ele e viva mais leve.
Conheça mais sobre a Erika e o trabalha que ela realiza em
adorei, meninas da minha life
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